A sociedade científica não se deve cingir ao debate nacional mas sim criar laços com organismos internacionais, nomeadamente a AECA (Asociación Española de Ciencia Avícola) e WVPA (World Veterinary Poultry Association). Vivemos tempos de pressões externas como a gripe aviária, maneio, bem-estar animal e diminuição de utilização de antibióticos. Temos de estar bem acompanhados para podermos ultrapassar todos os desafios
A avicultura moderna tem sofrido uma transformação enorme ao longo dos anos, basta observar a realidade dos índices zootécnicos nos frangos de engorda, nas poedeiras, nos perus… Um frango tem hoje, com a mesma idade de há dez anos atrás, pesos substancialmente superiores e índices de conversão melhores. As reprodutoras de frango de carne estão com picos de postura impensáveis até algum tempo atrás. Com toda esta evolução, causada essencialmente pelo melhoramento genético, outros paradigmas foram aparecendo, tais como o maneio, o aumento de patologias do foro metabólico, qualidade da carcaça, adaptação a novos programas nutricionais, etc. Estas mudanças estão a acontecer a um ritmo extremamente acelerado, sendo que para as acompanhar é necessário as empresas estarem dotadas de equipas multidisciplinares competentes, de forma a conseguirem estar a par e passo com estas, superando todos os constrangimentos que naturalmente vão aparecendo. A APCA será mais uma “ferramenta” ao dispor do sector na busca destes objetivos.
A nível Nacional também houve bastantes alterações nos últimos anos. Verificamos uma consolidação no sector da carne e da multiplicação, sendo que hoje em dia o número de empresas é reduzido mas com níveis de eficiência de excelência, de tal maneira que uma grande fatia da sua produção se destina à exportação. No ovo comercial também existe um claro fosso entre 3 empresas de grandes dimensões. Estamos num “país pequeno” mas com “uma avicultura grande”, de tal modo que somos autossuficientes na produção de carne de frango e ovos. A exportação é uma realidade transversal a todas as áreas da atividade avícola sendo uma vantagem competitiva para as pessoas que trabalham nessas organizações, tornando-as mais eficientes e possuindo um nível técnico acima da média ou muito semelhante aos pares europeus.
A única maneira das empresas evoluírem é apostando nos seus colaboradores, e é neste sentido que surge a A.P.C.A., que será um espaço de debate científico com o intuito de partilha de informação. Numa era moderna, em plena revolução tecnológica em que o conhecimento e informação circulam a um ritmo estonteante, há uma necessidade de debate para adaptar essa informação a uma realidade que muitas vezes é totalmente diferente da que gerou a referida informação.
Iremos assumir a responsabilidade crítica e técnica da ciência Avícola Nacional, tornando-nos parceiros de todas as associações e organizações que direta ou indiretamente estão ligadas ao sector, auxiliando-as sempre que tal for requerido. Para além da massa crítica existente por si só na A.P.C.A., esta será dotada de um órgão consultivo multidisciplinar, constituído por inúmeras pessoas com reconhecido prestígio nas suas áreas de atuação. .